justificação do valor científico
O penedo do Lexim materializa uma conduta vulcânica profunda que provavelmente alimentaria um pequeno aparelho vulcânico à superfície, a partir de uma câmara magmática localizada em profundidade, durante o Cretácico Superior.
Esta conduta, equivalente a uma chaminé vulcânica, integra o Complexo Vulcânico de Lisboa, que para além deste tipo de corpos intrusivos também apresenta escoadas lávicas (alimentadas por chaminés como a do Lexim), soleiras e filões. Este complexo faz parte do segundo pulso de actividade magmática alcalina do Cretácico Superior e deverá ter uma idade de 72 Ma.
O Penedo do Lexim é constituído por uma rocha basáltica, alcalina, com textura porfíritica (s.l.), onde se observam fenocristais de olivina e de piroxena envolvidos por uma matriz afanítica. Estas rochas intruem calcários e margas do Albiano-Cenomaniano médio.
Esta chaminé encontra-se excepcionalmente bem preservada e ocupa uma posição de destaque no relevo da região. A existência de um corte derivado de antigas actividades extractivas criou excelentes condições para a observação da disjunção prismática que caracteriza esta chaminé.
Os prismas poligonais (geralmente hexagonais) que formam as colunas típicas deste tipo de disjunção formam-se em consequência da contracção da rocha durante o arrefecimento e o seu alongamento é geralmente perpendicular ao contacto com a rocha encaixante .
Outros valores e sua justificação
Valor educativo elevado visto ser um afloramento, muito bem preservado, representativo de uma chaminé vulcânica e das formas que adquirem as rochas basálticas caracterizadas por um arrefecimento rápido.
Valor arqueológico muito elevado dado neste local se encontrar um dos primeiros povoados fortificados Calcolíticos e da idade do Bronze de Portugal continental.