justificação do valor científico
As arribas da costa Norte da Ilha de São Jorge são quase sempre altas, de declives acentuados e possuem diversas “fajãs” na sua base, quer sob a forma de deltas lávicos, associados a escoadas lávicas (“fajãs lávicas”), quer formadas por depósitos de gravidade mais ou menos extensos associados a movimentos de massa de vertente (e.g. desabamentos, deslizamentos, quebradas) nas falésias sobranceiras (“fajãs detríticas, ou de talude”)
As Fajãs dos Cubres e da Caldeira de Santo Cristo enquadram-se naquele último tipo e em ambos os casos possuem lagunas costeiras (as únicas nos Açores), separadas do mar por praias de seixos. No caso da Fajã da Caldeira de Santo Cristo a laguna costeira é mantida, artificialmente, em ligação directa com o oceano, de modo a potenciar o cultivo, único no arquipélago, de amêijoas.
Dado o seu enquadramento em termos de morfologia do litoral, estas zonas caracterizam-se por uma evolução costeira peculiar, nomeadamente em termos da erosão marinha e morfogénese das vertentes, em estreita correlação com a ocorrência de eventos sísmicos moderados a fortes e fenómenos de precipitação extrema.
(MADEIRA, 1998, FRANÇA, ET AL., 2003, BORGES, 2003, VIEIRA, 2005, SRAM, 2005, LIMA, 2007)
Outros valores e sua justificação
Possui um elevado valor estético/paisagístico e constitui local de elevado interesse turístico, sobretudo em termos de turismo de natureza (e.g. percursos pedestres).
Geossítio com elevado valor histórico e cultural, associado, entre outros, ao cultivo das amêijoas e às “mudas” (deslocação da população, nos meses de Inverno, das zonas mais altas e frias da ilha, para as fajãs, zonas mais baixas e quentes).