Geossítios
GEO

Falha normal de crescimento na Praia da Figueirinha

justificação do valor científico

Trata-se da falha normal sinsedimentar, que em toda a Bacia Lusitaniana apresenta melhor exposição. Demonstrando distensão E-W e uma estrutura em blocos basculados. A muro afecta unidades do Jurássico Inferior e do Jurássico Médio que têm menores espessuras do que a tecto. Os calcários deste período exibem estruturas de crescimento e de deformação (slumps) associadas ao movimento da falha.
Demostra a existência de continuidade da distensão ao longo das fases mais avançadas do segundo episódio de rifting, relacionado com a abertura do Atlântico Norte. Este intervalo tem sido referenciado por múltiplos autores como de quiescência tectónica, uma vez que os cálculos de subsidência e ensaios de backstriping não consideram que a bacia, durante o Jurássico Médio, era uma starved basin. Este afloramento (e outros assinalados para esta framework) demonstra-o.
Fácil acesso, bom grau de exposição, embora não possa haver contacto directo com a falha.

Outros valores e sua justificação

Elevado valor estético, o ponto de observação da falha é no areal da praia da Figueirinha, dada a dimensão do afloramento (mais de 200 m de altura), observando-se toda a Serra da Arrábida na direcção Sul e Oeste e o oceano e a Península de Tróia a Sul.
Valor educativo médio para alunos do ensino pré-universitário (conteúdos que não se encontram no programa e dificuldade no “contacto” directo com a falha), mas elevado para alunos universitários, nomeadamente porque é fácil de modelar em mesas de deformação analógica.