justificação do valor científico
A escarpa da Vilariça constitui uma das mais imponentes escarpas tectónicas em Portugal, associada ao acidente tectónico Bragança-Vilariça-Manteigas. A escarpa, com cerca de 300 metros de altura, revela a actividade neotectónica, à qual estão também associados os registos sísmicos históricos. O vale da Vilariça corresponde à mais extensa e expressiva depressão tectónica associada ao mesmo acidente tectónico, que conserva depósitos sedimentares cenozóicos mais antigos (Arcoses da Vilariça-Longroiva) e depósitos correlativos dos episódios de modelação da depressão.
No sector mais a sul a falha da Vilariça controla o encaixe do rio Douro que inflecte para norte, formando um meandro encaixado. O controlo tectónico na evolução do relevo e da rede fluvial é também evidenciado pela relação entre o Douro e Sabor que tem aqui a sua foz.
No referido meandro do Pocinho-Vale Meão ficaram conservados dois níveis de terraço, um em cada margem e o registo de uma falha afectando um dos terraços. Estes terraços constituem com o terraço da Barca DÂ’Alva os melhores testemunhos sedimentares do processo de encaixe e evolução do Douro. Espera-se que possam vir a fornecer dados importantes para a compreensão e cronologia do encaixe e organização da rede fluvial do Douro.
O meandro de Vale Meão é também responsável pela acumulação de depósitos de inundação, raros no vale do Douro e que poderão vir a fornecer mais dados para a carterização das cheias do Douro.
Observações
Geossítio localizado nos municípios de Torre de Moncorvo/Vila Flor/Vila Nova Foz Côa.