justificação do valor científico
O vulcão dos Capelinhos, formado em 1957/58, é o mais recente e mais ocidental dos vulcões monogenéticos que integram a Península do Capelo, uma região de vulcanismo fissural basáltico s.l. de idade holocénica que se desenvolve no extremo Oeste da Ilha do Faial.
A erupção dos Capelinhos iniciou-se a 27 de Setembro de 1957, a cerca de 1 km ao largo da ilha do Faial e a baixa profundidade (20 a 60 m) A actividade deste vulcão terminou no dia 24 de Outubro de 1958, ao fim de quase 13 meses. É constituído por um cone de tufos surtseiano e um cone de escórias, que reflectem a evolução do vulcanismo basáltico que o originou, passando de uma actividade hidromagmática, a uma actividade predominantemente estromboliana. A alteração das características da erupção, de submarina para terrestre, deveu-se ao isolamento dos centros eruptivos do mar, em Maio de 1958 e foi marcada por uma crise sísmica (na noite de 12 para 13 de Maio)
O cone principal resultante atingiu uma altura máxima de 160 m, o volume de material emitido foi da ordem dos 174 milhões de m3 e houve um aumento de 2,4 km2 na área da ilha do Faial, da qual restam actualmente apenas 0,6 km2 devido à intensa erosão (essencialmente marinha) de que é alvo.
No local é também visível a arriba fóssil do Costado da Nau, vulcão que constituía o extremo Oeste da ilha antes da erupção dos Capelinhos, e é possível observar a sequência vulcanoestratigráfica da zona e formas e estruturas vulcânicas diversas, incluindo chaminés, filões, crateras, uma soleira e depósitos tipo surge.
(MADEIRA, 1998, COUTINHO, 2000, PACHECO, 2001, FRANÇA ET AL., 2003, SRAM, 2005, LIMA, 2007)
Outros valores e sua justificação
Possui um elevado valor estético/paisagístico, histórico e cultural (última erupção terrestre no arquipélago, há 50 anos, associada a fenómenos emigratórios importantes), turístico (ponto de passagem obrigatória nos circuitos turísticos) e educativo (e.g. centro de interpretação de visitantes)